Igor A. A. Oliveira
COMUNICADO AOS ESTUDANTES
Todos nós temos a obrigação moral de contribuir para transformar o mundo vivemos, não só para nós mesmos, mas para aqueles que virão.
Dizemos isso com tranquilidade e temos a expectativa de que esse sonho de mudança seja também o sonho acalentado pelas gerações mais jovens, sobretudo porque esses serão os condutores da história.
Falamos aos estudantes, nós que nos envolvemos com esse grandioso projeto chamado educação. Por que dizer tais coisas num momento em que os servidores dos Institutos Federais declaram greve? Parece fora de propósito, à primeira vista. Não estaríamos fugindo do nosso foco?
Não, caros estudantes. Vejamos as razões.
Desde muito tempo na historia da humanidade, todas as conquistas somente foram alcançadas com muita luta e sacrifício por parte daqueles que se encontravam em condições desiguais. Greves, movimentos e protestos foram encabeçados. Muitos perderam a vida: negros, mulheres, operários e também estudantes.
Muitas bandeiras foram levantadas, algumas a princípio foram até consideradas absurdas. Não fosse a insistência daqueles que sofriam na pele as consequências do "progresso" e da exploração, talvez ainda estivéssemos na escravidão e sob o jugo da opressão.
Muitos direitos foram conquistados e a luta foi a principal arma para a conquista. Todavia, perguntamos, será que uma vez conquistados os direitos estão garantidos para todo o sempre? Engano pensar isso. A historia mostra que as conquistas não são eternas. Por vezes há retrocessos e, se não estivermos vigilantes, o lobo volta novamente a atacar as ovelhas. Isso significa simplesmente que não devemos descansar, pois apesar de reconhecermos muitas conquistas, basta um breve cochilo e aqueles que seguram as rédeas do poder econômico e político voltam-se contra os direitos conquistados. Muitas vezes voltam "na miúda"; raramente atacam de um só golpe. É como diz o ditado: "é melhor comer o mingau pelas beiradas."
Portanto é preciso estar atentos. Nossas reivindicações não se resumem ao salário. Nós servidores públicos da educação sabemos que não basta a criação de Institutos Federais em grande quantidade pelos quatro cantos do país. O Governo Federal tem divulgado números, todavia números não bastam. Queremos também um ensino de qualidade, bibliotecas equipadas, laboratórios e professores valorizados e preparados. Exigimos uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Quando expomos tais coisas não estamos falando de educação? Claro que sim. Aprende-se também na luta. Como se vê, levantamos algumas bandeiras que também precisam ser levantadas pelos estudantes. Existem motivos para estarmos do mesmo lado.
"Um sonho que se sonha só é um sonho só. Sonho que se sonha junto é realidade." Raul Seixas.
COMANDO DE GREVE – SINASEFE
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