Após quase dois meses dos assassinatos de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, a polícia civil do Pará concluiu as investigações e apontou como mandante dos crimes o fazendeiro José Rodrigues Moreira e como executores, os pistoleiros Lindonjonhson Silva Rocha (irmão de José Rodrigues) e Alberto Lopes do Nascimento. Mesmo identificando os executores e um mandante do crime, nenhum deles foi preso, todos encontram-se livres em lugar não sabido, graças a decisões do juiz Murilo Lemos Simão da 4ª vara penal da comarca de Marabá.
No curso das investigações, a polícia civil pediu a prisão temporária dos acusados, mesmo com parecer favorável do Ministério Público o juiz negou o pedido. De posse de novas provas sobre a participação dos acusados a polícia ingressou com um segundo pedido, dessa vez, requereu a prisão preventiva de todos, o pedido chegou novamente às mãos do juiz com parecer favorável do MP e, mais uma vez, o juiz negou o pedido. Na semana passada, no final das investigações, a polícia civil ingressou com um terceiro pedido de prisão e, até o momento da divulgação do nome dos acusados em entrevista coletiva, o juiz não tinha decidido sobre mais esse pedido.
Muitos outros crimes de grande repercução já ocorreram no Estado do Pará (Gabriel Pimenta, Irmã Adelaide, massacre de Eldorado, José Dutra da Costa, Irmã Dorothy) e, em nenhum deles foi decretado segredo de Justiça. As decisões do juiz Murilo Lemos constituem mais um passo em favor da impunidade que tem sido a marca da atuação do Judiciário paraense em relação aos crimes no campo no Estado.
Meses antes de suas mortes José Cláudio e Maria denunciaram as ameaças que estavam sofrendo e apontavam fazendeiros emadeireiros como os ameaçadores. As dezenas de depoimentos colhidosdurantes as investigações apontam para a participação de outras pessoasna decisão de mandar matar José Cláudio e Maria. Razão pela qual asentidades abaixo relacionadas defendem a continuidade das investigações.As entidades esperam ainda que o inquérito presidido pela PolíciaFederal, e não concluído ainda, possa avançar na identificação deoutros acusados pelos crimes. Pelo exposto exigimos: a decretação das prisõesde todos os acusados e suas prisões imediatas, o fim da impunidade e aconclusão das investigações das mortes dos trabalhadores assassinados naregião após a morte de José Cláudio e Maria.
Marabá, 19 de julho de 2011.
Comissão Pastoral da Terra – CPT Marabá.
FFETAGRI Regional Sudeste.
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Antonio (Tony) Marques dos Santos
Conselheiro/Equipe de Formaçãos e Gestão de AMARC Brasil.
www.tonymarques.ning.com / http://comunicadortonymarques.blogspot.com/
envido por: Evandro Medeiros - Campus Marabá - UFPA 94 9132 3073
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